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sábado, outubro 29

Portugal ficou a perder!

A pressa normalmente dá nisto. As coisas ficam mal feitas. E quando nós fazemos uma coisa mal feita, nós ficamos a perder. Ninguém teve calma, ninguem teve paciência nem a clarividência necessária para uma decisão deste nível. E Portugal ficou a perder.

Note-se que eu não sou contra o referendo. Eu sou contra o Aborto, 100% contra o aborto, mas não sou contra o referendo. Ninguém, no seu juizo perfeito poderá ir contra uma forma tão democrática como o referendo. O referendo é a democracia elevada ao seu mais alto esplendor. O direito de opinião consagrado pela lei. Nem a estrema-esquerda como Louçãs e outros que tais podem ir contra isto. Isso é ser anti-democrático. Isso é não respeitar a opinião dos outros e querer levar a sua avante a qualquer custo. E depois dá nisto que deu. E todos ficámos a perder.

Se sou contra o Aborto? Claro que sou, só posso ser. Numa altura em que qualquer um conhece uma miuda na discoteca e a leva para a cama sem sequer saber o nome dela nem nada, numa altura em que com 12 anos já se fazem coisas que eu só comecei a fazer bastante mais tarde. Numa altura em que não existe qualquer sentido de responsabilização dos jovens para as atitudes que tomam e ainda por cima não fazem nada para prevenir que não aconteçam porque "não estão para isso, corta o gozo, etc", só posso ser contra o aborto. Numa altura em que os hospitais portugueses estão apinhados até á porta e as listas de espera aumentam de dia para dia sem se tomarem medidas para as resolverem, claro que sou contra o Aborto. Numa altura em que muitas crianças estão com processos de adopção parados porque os pais biológicos os mantém em lares para os poderem visitar porque não tiveram juizo nem cabeça para os terem, claro que sou contra o Aborto.

Penso sinceramente que actualmente impor o Aborto aos portugueses é começar a casa pelo telhado. Mudem a Lei de adopção, mudem a lei de planeamento familiar, responsabilizem as pessoas pelos excessos, resolvam a situação nos hospitais portugueses e depois voltem a falar na lei do aborto.

Contam-me histórias de mulheres que se prostituem porque precisam de dinheiro para a droga e depois têm aos cinco e aos seis filhos que são mantidos em lares porque não têm condições para serem criados pelos pais. Mas que não são adoptados porque os pais biológicos não deixam. Acham que o aborto resolvia isto? Então porque não fazem uma operaçãozita á senhora para ela não poder ter mais filhos? De qualquer forma ela não os quer! Vi numa discoteca de Lisboa um casalinho, acabados de se conhecerem, chegarem cá fora á porta, encostarem-se a um carro, ele levantar-lhe as saias e levados pelo alcool consumido e sabe-se lá que mais, foi mesmo ali. Se tiver nascido ali uma criança? Já para não falar em HIV's, mas porque é que isto tem que ser pago pelos contribuintes através dos hospitais portugueses? Porque é que isto terá que aumentar as listas de espera de doentes com problemas urgentes? Porque é que o Aborto tem que ser responsabilidade minha???

Ontem o Tribunal Constitucional declarou que não é correcto falar-se de um assunto já chumbado na mesma sessão legislativa. Por isso, só se poderá voltar a falar do referendo ao aborto lá para Setembro de 2006. O problema é que o primeiro chumbo foi feito por causa da pressa do governo, levado, mais uma vez pela arrogância e desvario de uma vitoria estonteante nas eleições legislativas. O primeiro chumbo foi porque o timing não era o correcto. Portugal teve umas eleições legislativas provocadas pelo Presidente da Républica, logo seguidas de umas Autárquicas e logo seguidas de outras Presidênciais. Não deveria e não poderia ter um referendo no mesmo dia destas eleições e não havia tempo para o meter pelo meio. Mas tinha que ser feito antes que Cavaco chegasse a Belem. E este é o grande receio da esquerda. Que Cavaco chegue a Belém. E depois, será que ele vai autorizar que seja feito um referendo? Não acredito que "este" Cavaco o recuse. Apenas porque não será o objectivo dele quando chegar a Presidente. E esta é uma "guerra" que já não lhe diz respeito. É isso e estarem constantemente a perguntarem-lhe se vai derrubar o governo como Sampaio fez ao PSD. Sejamos adultos e deixemos de brincar aos políticos. Tenhamos sentido de Estado. Portugal merece isso (atenção que eu escrevi Portugal, não os portugueses!).

E assim Portugal ficou a perder. Porque as pressas levam a isso. A fazer as coisas sem pensar. Vamos voltar a ouvir os Louçãs e as Odetes a dizerem que a mulher isto e a mulher aquilo. Mas ninguém vai procurar alterar as coisas que deveriam alterar. E agora que têm quase um ano para isso. As razões que eles dizem são as que estão previstas na Lei. Violação, mal formação do feto, risco de vida para as mulheres. Agora vamos ficar um ano a ouvi-los a queixarem-se da Lei que não é alterada. E tal como nos habituaram, se não é alterada, vamos quebrá-la. Se não é como queremos, então não a cumprimos.
Um bom exemplo de democracia dado pela extrema esquerda portuguesa. Isto é o pão que os alimenta, o conflito de ideias, o dizer mal, o ser arrogante e o não querer saber das leis. A anarquia da revolução, etc. O populismo de dizer o que se gosta de ouvir, sem responsabilidades. Já pensaram como seria complicado se estes senhores um dia ganharem algumas eleições?

domingo, outubro 23

Sem vontade!

Ok, eu sei, já quase ha 15 dias que não venho aqui escrever uma única palavra. Eu sei. A culpa é minha, claro (de quem mais poderia ser?). Isto tem acontecido principalmente por dois motivos: Tenho tido uma grande parte do meu tempo ocupado com o novo elemento do meu agregado familiar. Ainda não chegou mas já dá algum trabalho, e sei que quando chegar, daqui a cerca de um mês, ainda vai dar mais. E em segundo lugar, o motivo mais frustrante. Não querer parecer mais um "Velho do Restelo".

Não gostaria de dar a impressão de que sou daqueles que falam, falam, falam, falam e não me vêm a fazer nada. Só que olho para este nosso país, vejo o estado em que isto anda e só me apetece mandar tanta gente para um certo sítio. Por isso, mais vale ficar quieto.

Eu sei que tivemos uma semana cheia de assuntos. O orçamento de estado, a reunião do Mario Soares (Super Mário????!!!!!), o anuncio do Cavaco, a crise do Sporting, o Louçã, enfim, muita "matéria de blog" como eu lhe chamo. Mas logo a seguir ouvimos dizer que apesar dos portugueses terem dito NÃO, o Aborto vai para a frente sem referendo, o benfica continua a ser levado ao colo (mas com uma sorte desgraçada e arbitragens mais desgraçadas ainda), o Louçã que não se cala e a nossa opinião, que é aquilo que menos conta, neste país que fica cada vez mais no "cu da Europa", como lhe chamaram uma vez há cerca de 15 anos.

Meus amigos, na pior das hipóteses, CANSA !!! E deixa-nos sem vontade. Estamos numa terrinha, e estas últimas eleições provaram-no, em que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres estão cada vez mais pobres. Tal como no Brasil, qualquer dia deixamos de ter uma classe média e passamos a ter uma classe alta (dividida entre media-alta e alta) e uma classe baixa (muito-baixa, media-baixa e pouco-mais-do-que-baixa). Claro que começamos como começou no Brasil, com muita corrupção e muito suborno.

A vigência dos poderes instalados (ou como eu carinhosamente lhes chamo: "Os mamões" que continuam a comer à conta do Estado e a engordar as contas bancárias) continua a interessar a muita gente. Os grandes lobbys que existem neste país mantêm-se, apesar de toda a gente saber quem são. E a classe política, que deveria dar o exemplo, anda pelas ruas da amargura. Actualmente, ser político é sinónimo de muita coisa, menos do que deveria ser.

E por isto tudo que por vezes não há muita vontade para escrever sobre certas coisas. É um remar contra a corrente que por vezes dá a sensação de que não vale a pena. Mas isto passa, pelo menos a mim sei que passa. E se continuarem a mexer em certas feridas ainda passa mais depressa. Não é por pensar que vou mudar o mundo, não, há muito tempo que desisti dessa ideia. É só porque depois de desabafar (escrever) fico a sentir-me sempre um bocadinho melhor.