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segunda-feira, outubro 10

Oh sr. Dr.! Outra vez??

E pronto. Já terminaram as eleições. Estas também já passaram. Agora venham as próximas que é já em Janeiro. Tal como se previa, a Fátinha continuou em Felgueiras, o Major em Gondomar e o Isaltino em Oeiras. Do "Grupo dos 4" apenas o Ferreira Torres se ficou pelo terceiro lugar. Mas já ficamos a saber que a culpa é de uma empresa de construção civil. O Rio cresceu no Porto e o Carmona teve uma vitória "bárbara" sobre o Dinis Maria. Está agora na hora de saber se Carrilho é como os pombos de Lisboa ou se nos vai surpreender e sabe encarar uma derrota. Aveiro trocou de mãos mas Faro compensou a perda.

Mas mais algumas "pequenas derrotas" marcaram este dia. O PS perdeu o Barreiro para a CDU (acho que o PS perdeu câmaras para toda a gente menos para o bloco de esquerda), que também recuperou Marinha Grande e conquistou Peniche. Outra das grandes derrotas do PS foi Sintra. Não por ter perdido a câmara, mas por não a ter ganho. E por um resultado tão elevado. Mas já lá vamos.

A meu ver, estas eleições tiveram dois vencedores e dois perdedores, cada um "no seu campeonato". O vencedor é claramente o PSD com um acréscimo no numero de camaras e de votos em relação ao seu grande rival, o PS. O outro vencedor é a CDU, que recuperou uma grande parte do eleitorado que andava a perder em velocidade cruzeiro para o BE. Impôs-se como a terceira força política, pelo menos a nível do poder autárquico. Decididamente, uma lufada de ar fresco para o seu secretário geral. Depois há o CDS. Que nem ganhou nem perdeu em relação ás últimas eleições. Perderam 2 camaras e recuperaram Ponte de Lima. O Campelo tinha-se candidatado á revelia do CDS nas últimas Autarquicas (lembram-se do caso do queijo Limiano?) e agora fez as pazes com o partido.

Por contra-senso, se dois ganharam, os outros dois perderam. O PS teve uma derrota bastante elevada, tanto a nível de votos, como de câmaras, como de tachos. Sócrates convenceu-se que as Autárquicas não eram importantes e que depois de Fevereiro, eram tudo favas contadas. Decidiu, á revelia do partido, apoiar Mario Soares para as presidênciais porque, levado pela "onda rosa", pensou: "Eu sou bom, o Soares também, isto está no papo!". Grande erro. Mais uma vez se percebe que a nivel de visão estratégica e política, o nosso primeiro ministro continua a ser uma produção de Marketing. Safa-se muito bem no combate político e no paleio para as massas mas no trabalho de casa ou lhe fazem as contas ou se espalha ao comprido.

Quanto ao BE, penso que perdeu uma excelente oportunidade de se impor como a grande alternativa de esquerda. Nas principais câmaras ficou bem atrás da CDU. Conseguiu manter Salvaterra de Magos (parece que afinal a senhora também tem um processo no tribunal. O sr. Louçã anda a enganar a malta!!!), elegeu um, sim, um vereador para a camara de Lisboa e... pouco mais que se veja. Infelizmente não consegui ouvir o Sr. Louçã a falar hoje. Mas deve ter dito algo do género "mas no fim, a esquerda conseguiu mais votos que a direita e isso é que é importante".

Para terminar, o outro grande derrotado da noite. Em todos os planos. Primeiro porque voltou a gozar com os portugueses e a incitar ao voto no dia das eleições. Já o tinha feito nas Legislativas e agora voltou a fazê-lo. Segundo porque ninguem lhe ligou nenhuma. O sr. dr. Mario Alberto Lopes Soares, ou Marocas, talvez levado pelo amor de pai e pelo facto de o seu filho não conseguir ganhar uma única eleição que seja (nem no próprio partido) veio para a rua, no dia das eleições pedir aos Sintrenses para irem votar no menino Joãozinho. E eles deram uma votação esmagadora... ao Fernando Seabra.

Ele já tinha feito isto uma vez, e no dia seguinte ouvi-o dizer, em tons de gozo, "Então se tiver que pagar uma multa pago, isso é quanto, 50 euros?". Confesso que agora estou curioso para ver o que lhe vai acontecer. Claro que nada, pelo menos enquanto continuar a achar que Portugal é um feudo da familia Soares. Mas pode ser que até ás presidenciais muita coisa se altere. Sabemos que ele não gosta (e não sabe) perder. Mas da maneira como tudo está, será dificil para ele, e principalmente para o PS, desistir a favor de Manuel Alegre. Mais complicado será no fim, se não o fizer.

Mas as presidencias vão voltar a ficar para outro dia. Esta politica portuguesa, quando começamos a falar dela....

domingo, outubro 9

"O voto é a arma do povo"

Daqui a bocado abrem as urnas. Hoje é dia de eleições e daqui a pouco posso ir exercer o meu direito e dever cívico. Vou-me levantar, dirigir-me á assembleia de voto da minha freguesia e colocar a cruzinha no quadradinho que eu acho que melhor representa os meus interesses. Depois vou ficar á espera das 19h00 para saber os resultados em todo o país. Quem será que ganha Lisboa? E Porto? E a minha terra?

Esta, mais ou menos já se adivinha quem vai ganhar. É, sempre foi e será uma camara de esquerda. Não ficasse ela no distrito de Setúbal e com estreitas relações com o Alentejo. Durante muitos anos esteve a CDU no poder e nos ultimos anos esteve sob égide do PS. Não obstante o facto de todas as terrinhas aqui á volta terem-se desenvolvido bastante e esta continuar, como sempre, no mesmo marasmo, não deverá haver grandes alterações. Mas ouço os homens e mulheres de esquerda a gritarem ao vento que o importante é que a direita não ganhe.

Perdoem-me os mais radicais, mas para mim o importante é que a minha terra se desenvolva. Se são de direita ou de esquerda isso a mim não me interessa. O que me importa é que eu tenha boas condiçoes de vida. Mas não. Certamente irá continuar de esquerda. Não é que eu tenha alguma coisa contra a esquerda, claro que não. Eu sou destro mas tenho amigos que são canhotos e não falo menos com eles por causa disso.

Durante muitos anos votei CDU para a camara (noutra terrinha) porque achei que estavam a fazer um bom trabalho. Aqui perto há muitas terrinhas CDU que estão a fazer um bom trabalho. Como existem muitas camaras PS e PSD por este país fora que estão a fazer excelentes trabalhos. Mas aqui não é o caso. Aqui, certamente que tudo se irá manter. E os poderes instalados irão continuar, a promiscuidade, as relações duplas, etc.

Antes do 25 de Abril de 1974, (essa bandeira da esquerda que, ao contrário do que muita gente pensa, foi feito por militares e não por partidos, não foi o Soares nem o Cunhal, nem o Carneiro, estes apenas SE APROVEITARAM do trabalho de outros) havia um escrito na parede que dizia: "O voto é a arma do povo, se votas ficas sem arma". É incrivel a quantidade de interpretações que esta frase pode ter. Mais incrível é que desde 1974 até agora esta frase continua a poder ser usada.

Gosto muito de ouvir agora alguns socialistas a queixarem-se que foram enganados e de lhes poder dizer: "A culpa é vossa, eu não votei nele". Eles abdicaram da arma deles. Não têm arma agora para reclamar. Ainda por cima quando já se sabia o que ia acontecer com uma maioria tão esmagadora. Votar Santana também não mas contribuir para uma maioria tão grande? Eu não! Mas também se pode dizer que, quando à partida já se sabe o resultado das eleições, como aqui nesta terrinha, vou lá meter o raio da cruz para quê? Porque é um direito e um dever cívico? Sim, lá irei. Mas confesso que acho um bocado absurdo esta teoria portuguesa da esquerda e da direita.

Ainda no outro dia lia num artigo de opinião que ser da extrema-esquerda é In. É radical, é ser do Louçã e dos amigos dele, é fazer parte de uma elite restricta de intelectuais anarcas que não se subjugam ao poder. E ser da extrema-direita é ser nazi, racista e nacionalista. Ser de esquerda é ser do povo, é preocupar-se com a sociedade, é dizê-lo com orgulho e gritar: "EU SOU DE ESQUERDA". Ser de direita é ter a mania, é julgar-se melhor que os outros, e ai daquele que diga que é de direita porque será escorraçado por todos os outros que são de esquerda e deixará de ter amigos senão os seus pares, os outros escorraçados de direita.

Na altura achei engraçado o artigo. Se pensarmos bem até tem a sua piada. Talvez seja por isso que nos últimos anos tivemos dois governos tendencialmente de direita mas que se afirmam de esquerda (Guterres e agora Sócrates). Ou se calhar é só impressão minha. Se calhar porque acho que as ideias é que contam e que se devia ter a liberdade para votar em programas, em pessoas e em ideias. Quando se resume tudo a direita e esquerda acho que é perfeitamente ridiculo.

E já sabemos que isto vai continuar nas próximas eleições. Até ver existem 4 candidatos de esquerda e todos eles dizem que o importante é que a direita perca (isto apesar de ainda não haver um candidato de direita afirmado). Mas já todos correram a apresentar a sua candidatura. Rico país este em que vivemos. Amanhã é dia de eleições. Até dá gosto levantar cedo só para ir lá meter o raio da cruz.