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quarta-feira, fevereiro 15

Este mundo em que vivemos

Eu sei que tinha prometido que na primeira hipotese vinha aqui falar mal da Cabovisão mas os gajos até que foram porreiros, quer dizer, a net até ficou um bocadinho mais rápida e melhor. Pelo menos por enquanto, por isso acho que para já, lhes vou dar uma folguinha. Agora, e de acordo com o titulo que escolhi para este post, poderia ficar aqui horas a dissertar sobre o tema. Mas também não vou fazer isso.

Vou apenas relembrar alguns inteligentes e brilhantes comentadores do nosso pais e arredores que aqui há uns anos, quando apareceu um certo bispo brasileiro na televisão a "encher de porrada" a imagem de Nossa Senhora de Fátima, milhares de católicos quiseram encher e destruir uma igreja inteira com todos os seus templos e foram mesmo banidos desse canal de televisão. Na altura falaram em liberdade religiosa (completamente diferente de liberdade de expressão).

Agora expliquem-me lá uma coisa: Se eu os mandar todos levar num certo sítio, eu estou a ser mal criado ou posso fazê-lo pela liberdade de expressão??

Meus senhores, sem querer defender ninguem porque acho que tudo isto foi preparado e calculado pelo presidente do Irão (os cartoons sairam em Setembro, porquê só agora a revolta?) a liberdade de expressão não pode ser usada de acordo com a nossa conveniência. E ela termina no preciso momento em que começa a ofender pessoas, credos, religiões ou o que for. Se a Religião Muçulmana não permite caricaturar Maomé porque é que isso foi feito? É falta de respeito. Claro que a culpa não é do dinamarquês que tem a mercearia da esquina (sim, lá também as há) mas sim do jornal que as publicou. E de todos os que as publicaram depois e as espalharam pela net. Gostaram do dia em que o Papa foi caricaturado com um preservativo no nariz? Claro que não. E todos se revoltaram por causa disso. Porque é que os outros não o fariam? Eles são iguais a nós. Simplesmente humanos.

Liberdade de expressão é diferente de liberdade de opinião e diferente de liberdade religiosa, cultural, social, etc. Eu sou uma pessoa que vivo naquilo que muitos chamam de mundo livre. Mas isso não me permite matar ou roubar os meus vizinhos. Vai contra a liberdade deles. Se não respeitar os seus credos vou contra a sua liberdade religiosa.

E quem não concordar comigo que vá levar num certo sítio. São livres de ir. E só vão se quiserem.