Hoje acaba o verão!

Chegou o fim do verão. Se fosse aqui há uns anitos atrás até cometeria a imprudência de dizer que ia começar a chover e o tempo frio vinha aí. Mas tal como dizia um certo anuncio "A tradição já não é o que era!". Em principio, e á excepção das famosas festas da Casa do Castelo e dos igualmente famosos Festivais de Verão, tudo se irá manter. Mantêm-se o calor, mantêm-se os incêndios, mantêm-se a seca e claro, mantêm-se o governo.

Este verão foi... igual aos outros. Básicamente e tirando certas nuances, foi igual aos outros. Todos os dias viamos na televisão o jet-8 (uma espécie de Up-grade do jet-set) nas suas festas (alguem me pode dizer onde é que eu me inscrevo para ter um emprego daqueles?), falava-se em incêndios e pouco mais. Claro que é facilmente explicável porque é que a imprensa perdia tanto tempo com isso. Basta ver que a política estava de férias e não havia jogos de futebol. E quando se falava em políticos e jogadores da bola era para se mostrarem ao lado do jet-8.

Mas claro que nem tudo foram rosas (neste país tão rosa). O facto de termos tido o Inverno menos chuvoso de sempre já deixava prever um verão complicado. E a nossa tendência para os incêndios também não ajudava nada. Claro que o facto de termos o maior lago artificial da Europa, o Alqueva, com uma enorme capacidade de água, sempre me convenceu de que pelo menos na região Alentejana isso não iria ser grande problema. Talvez por ir várias vezes para esses lados convenci-me que iria ser melhor este ano. Por muito que me custe dizê-lo, existe actualmente um país a tirar um enorme proveito do Alqueva. Sim, não somos nós. São os espanhóis. Certo que eles também têm problemas de seca mas souberam tomar medidas a tempo para evitar que as consequências fossem piores. E nós? Para variar não. Temos populações a poucos quilometros do Alqueva a serem abastecidas com autotanques. Gente a passar dificuldades. Mas os Campos de Golf do Algarve são regados todos os dias. Alguêm me consegue explicar isto?

Depois, como também já se calculava, vieram os incêndios. Infelizmente, desta vez não tivemos um Ministro do Ambiente a dar telemóveis aos pastores como meio de prevenção e combate ao fogo. Mas tivemos um Primeiro Ministro ausente de férias no estrangeiro. Está certo que o homem merece férias, porque andar constantemente em campanha política não deve ser fácil mas ele quis ser Primeiro (antes do segundo) Ministro. E desculpem lá mas isso é um trabalho a tempo inteiro. Nós pagamos-lhe para ele fazer horas e se necessário, interromper as férias. Pelo menos assim que veio de férias, o sr. eng. pediu aos Guardas da GNR para interromperem as férias para tratar das florestas. Como diria um amigo meu com 10 anitos: "ganda moral!!".

A nível mundial também tudo se manteve. Este ano não houve nem Mundial de Futebol, nem Europeu de Futebol nem Jogos Olimpicos. Houve uma Expo mas foi muito longe e pouco se falou. Não é por nós não irmos longe porque os portugueses vão cada vez mais para longe (porque será?). Cada vez mais gente vai para o Brasil, para a Républica Dominicana, México, Norte de África ou mesmo sul de Espanha. O importante é ir para longe (para onde ninguém nos conheça!!). Vimos a grande potência dos Estados Unidos a ser completamente devastada por um furacão e a pobreza que aquele país afinal é. Tanto dinheiro para um programa Espacial e para invadir países de Terceiro Mundo quando pessoas morreram á fome e á espera de ajuda em suas casas numa capital de um estado.

Mas o que custa mesmo no meio disto tudo é que tirando certas nuances, nada mudou em relação ao verão passado. Não se aprende, não se evita e não se corrige. Tudo se mantêm. Agora vem o Outono. Porque é que não há Festivais de Outono? Porque o nome faz lembrar Concertos de Música Clássica? Sei lá. Sei que já acabaram as festas na Casa do Castelo. Já acabaram as férias dos políticos e continua sem chover. As grandes novidades para este Outono é que a Pimpinha Jardim entrou para a Universidade e a Fátima voltou a Felgueiras. Mas sobre este assunto da Fátinha vou voltar brevemente. Com tempo e mais espaço. Prometo!