Conversas de m....

Conversa de m.... I

Eu: Vamos comprar casa nova.

M.: Sim? E a vivenda é onde

Eu: Não é vivenda. É um apartamento.

M.: Porque é que não compras uma vivenda? os outros compram vivendas.

Eu: Porque gosto mais de um apartamento.

M.: Mas uma vivenda é muito melhor.

Eu: Esquece. É um apartamento. E com vocês, está tudo bem?

Conversa de m.... II

M.: Então, já compraste a casa nova?
Eu: Sim, já fizemos a escritura.
M.: Agora precisas é de saude e dinheiro para a pagar.
Eu: Não. Preciso é de ser tão feliz quanto fui nesta que agora deixo.
M.: Não, não, se não tiveres saude e dinheiro para a pagar não te serve de nada.
Eu: Se não tiver nada disso também não serei feliz, não achas? Mas até posso ter isso tudo e não o ser.
M.: Mas de nada te serve ser feliz se não tiveres saude.
Eu: Sim, mas eu prefiro ser feliz. Se não tiver dinheiro, vendo a casa e compro outra mais pequena.
M.: Mas o importante é teres saude.
Eu: Esquece, não te preocupes. E com vocês, está tudo bem?

Conversas de m.... III

M.: O teu filho nunca veste a roupa que eu lhe dei. És um mal agradecido. Anda aqui a gente a esforçar-se para isso.

Eu.: Se calhar, se o visses mais do que meia hora por mês veras que não é bem assim. Não há nada que lhe tenham dado que não tenha vestido.

M.: Olha, o menino está a chorar. O teu filho passa fome.

Eu: Não, ele acabou de comer agora, ele está a chorar porque tem sono.

M.: Mas a chorar assim..

Eu: Esquece. Ele já se cala. E com vocês, está tudo bem?

(Esta conversa, tal como muitas outras, é hipotética pois as "queixinhas" chegam sempre através de terceiros.)

Conversas de m....IV

Eu: Tou? Está tudo bem?

M.: Sim. E vocês?

Eu: Estamos bem. E o P.?

M.: Está bom. Novidades?

Eu: Não há. E por ai?

M.: Tá mais frio.

Eu: Aqui também.

M.: Então vá, beijinhos.

Eu: Beijinhos.

E continuava, por aqui fora, com conversas de merda que nunca mais acabavam. Já são mais de trinta anos com conversas destas. Ás vezes fico mesmo farto de pessoas. Acreditam no que querem acreditar e por vezes convencem-se de coisas que criam na própria imaginação.

Eu sei que isto dos blogs é um desabafo, estados de espirito e coisas do género. Mas ás vezes tenho tão pouca vontade de escrever sobre isso. Quando ás vezes pensamos em seguir em frente e enterrar certas coisas, é engraçado que aparecem sempre os mesmos para as desenterrar e voltar a mexer na lama. E sinceramente, conhecendo-me como me conheço, o melhor é ficar calado.

Mas a vida faz-se de dar a volta por cima. E isto é como a lua. São fases. Pelo menos para mim. Há certos conceitos em mim que certas pessoas nunca irão conseguir compreender. Mas não é por ser dificil. É porque nunca se preocuparam. Porque continuam a pensar que o importante é ter dinheiro e saude. Mas para mim será sempre ser feliz. O que me importa é o calor da minha esposa e o sorriso do meu filho. O abraço forte da minha afilhada que me diz que me adora. O sorriso da minha outra sobrinha pequenina estupefacta a olhar para mim. E meia duzia de outras pequenas coisas. O resto? O resto é zero!