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quarta-feira, março 12

Se ele não for político...

...vai ser um empresário de sucesso. Com ele tudo tem que ser negociado. Rodrigo faz isto, Rodrigo faz aquilo. Se ele não estiver para aí virado nada vale a pena. Para terem uma ideia, quando ele nasceu, eu cortava-lhe as unhas todas as semanas. Há medida que foi crescendo, começou a fazer-se de esquisito. Até um dia, com ano e meio, em que não me deixou cortar-lhe as unhas. Foram dias complicados pois arranhava-se a ele e aos outros. E faziam festinhas que aleijavam bastante. Um dia lembrei-me e disse-lhe: Rodrigo, se deixares o papá cortar-te as unhas, dou-te um rebuçado. Apartir daí, cada vez que lhe digo que precisa de cortar as unhas, manda um grito a dizer "beiatado" (rebuçado em Rodriguês), vai a correr para o sofá da sala, e até arranca as meias dos pés. Depois fica á minha espera, com aquele seu sorriso de malandro.

Mas não é só com as unhas. O Rodrigo é assim com tudo. Com o banho, com a fralda, com os seus pequenos rituais do dia-a-dia em que vai intercalando as suas pequenas conquistas com muita brincadeira á mistura. Claro que por vezes tem os amuos e birras como qualquer ser humano, mas quando perdemos um pouco de tempo e lhe explicamos as coisas, ou quando fazemos os nossos recuos para que ele perceba que também tem de ceder, as coisas ficam resolvidas. E quando nós não queremos ceder ele arranja maneira de nos dar a volta. Como uma vez que eu estava a ralhar com ele por causa de uma coisa que ele tinha feito e ele se virou para mim e apenas disse assim: "papá, papá, o shpoting é munito!!" Será possível resistir a isto?





Outro excelente exemplo passou-se há cerca de 1 mês, quando fui com ele tirar fotografias. Ele não queria (não gosta de confusões e fecha-se um bocado quando não está á vontade. Isto nos primeiros 5 minutos que ele poe-se á vontade muito depressa) e quando lá chegamos, eu sentei-me na cadeira para tirar e ele sentou-se num banquinho de bebé que estava lá mesmo ao lado. Quando chegou á vez dele, queria tirar ali mesmo, naquele banco. E estava a preparar-se para se recusar a sair dali. Expliquei-lhe com um ar extremamente calmo que os paineis que estavam ali ao lado e as luzes apenas apontavam para a cadeira grande e que ele teria que se sentar na outra cadeira onde eu me tinha sentado. Levantou-se logo de seguida e dirigiu-se á outra cadeira, onde ficou quieto e sossegado enquanto a senhora lhe tirou as fotografias que quis. Digam lá que ele não ficou um espectáculo? Ás vezes acho que é dificil um pai ser mais orgulhoso e baboso com o filho.



Claro que também existem alturas bastante dificeis de lidar com ele em que faz birras de se mandar para o chão mas acho que se pararmos para pensar que ele tem apenas os seus 28 meses, vimos que são tipicas da idade. E próprias de alguém que está a tentar ganhar o seu espaço e impor-se neste mundo complicado. Acho que cabe-nos a nós, pais e educadores, saber lidar com isso da melhor maneira, com razoabilidade e sem tiranias. (Se o meu chefe me mandar fazer uma coisa e eu não perceber o porquê disso ou se achar que se fizer da minha maneira posso obter os mesmos resultados, porque não fazê-lo como eu quero? Se nós, adultos somos assim, porque não dar o beneficio da duvida ao petiz? Desde que fique feito!). E acima de tudo, sempre negociando. Se queres algo tens que dar em troca. Estimula-o e ele fica feliz por conseguir o que quer. E nós também. Agora, se não fizer o que deve, fica de castigo e não vai brincar para o terraço. E não vai mesmo, não é dizer que não vai e cinco minutos depois estarmos a correr e a jogar á bola com ele lá fora.

Outro dos motivos a não esquecer é que o malandrinho é escorpião e por muito que me custe, conheço muito poucos homens deste signo que tenham um feitio simples e trato fácil (não quer dizer que tenham mau feitio ou que sejam más pessoas, muito pelo contrário, apenas que não são pessoas simples e sim excelentes "negociadores").

Por isso eu digo, que se não for político, há-de ser um empresário de sucesso. Ou então advogado. Agora uma coisa eu já sei. Quase de certeza que não vai ser jogador de futebol. É que com apenas dois anos e quatro meses já sabe contar até dez, conhece algumas cores e tem um vocabulário (de Rodriguês, obviamente) bastante grande. E dá a volta ao texto cá com uma pinta...